
Nem todo mundo já ouviu falar neste nome, mas grandes histórias precisam ser relembradas para não serem esquecidas pelo tempo. Nascido em 1914, o italiano Gino Bartali conquistou uma série de títulos no ciclismo internacional, mas seu talento sobre as duas rodas também teve outra utilidade: ajudar judeus perseguidos durante a Segunda Guerra Mundial.
Segundo pesquisa realizada pelo jornal italiano Corriere Della Sera, Bartali auxiliou cerca de oitocentas pessoas de origem judia a fugirem do regime nazista de Adolf Hitler. Sua estratégia mais comum de contribuição era transportar sob o banco da bicicleta os documentos que serviriam para a falsificação de documentos de judeus, mas teve mais que isso.
Famoso internacionalmente por suas conquistas no esporte (venceu duas vezes a Volta da França, 1938 e 1948, e três vezes o Giro da Itália, 1936, 1937 e 1946, entre outras competições), o italiano tinha confiança para correr riscos e atravessar bloqueios nazistas transportando fugitivos. Como? Ele ligava uma espécie de vagão à sua bicicleta! Aos soldados, dizia que estava levando equipamento de treino.
“Ele falava muito pouco sobre o que fez durante a guerra. Um homem faz algumas coisas que precisa fazer e é assim que funciona a vida”, contou Andrea Bartali, filho do falecido ciclista (e herói) profissional.
A história conta que o principal trajeto percorrido por Bartali com judeus escondidos no seu bagageiro foi entre a Itália e a Suíça. Tudo com a força das suas pernas e da visão de um mundo mais justo onde ninguém deveria ser discriminado, perseguido e executado por suas crenças.

Gino Bartali morreu em 2000, aos 85 anos de idade, na cidade de Florença, na Itália. Em 2013, ele foi homenageado pelo Estado de Israel com a condecoração “Justo Entre as Nações”, destinada a figuras que arriscaram suas vidas durante o Holocausto em prol da comunidade judaica.